quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fotos do Centro de São Paulo

Viaduto do Chá. Crédito: Jefferson Pancieri.

Viaduto do Chá após revitalização do vale do Anhagabaú em 1991.
Atualmente, no número 15, Edifício Matarazzo, abriga a sede do Governo Municipal.



Centro de São Paulo. Crédito: Jefferson Pancieri.



Parque da Luz em Outubro de 2005. Crédito: Wanderlei Celestino.



Estação da Luz. Crédito: Wanderlei Celestino.



Igreja de São Bento. Crédito: Jefferson Pancieri.



Edifício Martinelli. Crédito: Wanderlei Celestino.



Vale do anhangabau. Crédito: Jefferson Pancieri.


Fonte pesquisada:

http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/2000.php




História do Centro de São Paulo


Entre scientistas, confeitarias, bondes e muita garoa: um passeio pelo centro de São Paulo na virada do Século XIX.

Lilia Katz Moritz Schwarcz.









"É São Paulo... climatericamente uma cidade européia apenas com os inconvenientes das mais bruscas mudanças de temperatura e das teimosias de um renitente nevoeiro acacimbado, a que se chama aqui a garoa, o que pode levar mui legitimamente um cronista amigo das novidades a chamar-lhe a cidade da garoa." Souza Pinto (1905)

Cerca de três séculos depois de sua fundação, São Paulo não passava de uma calma aldeia colonial, estendendo-se pouco além dos estreitos limites do Tamanduateí e do Anhangabaú. A pequena população de no máximo 20 mil pessoas dormia cedo, já que as ruas não eram iluminadas, e o local era de pouco movimento. Era essa a representação que pairava sobre São Paulo: uma vila sem graça, uma cidade de barro, ponto de entroncamento de tropas; local de partida, não de chegada. Foi o café, sobretudo na década de setenta, que tirou a pacata cidade de seu sono colonial, transformando o vilarejo em centro do comércio cafeeiro; uma "metrópole do café".

É nesse contexto que se aparelha a região central da cidade, no sentido de lá concentrar "símbolos de riqueza e de civilização". Com efeito, ao lado do desenvolvimento material vinham os sinais de distinção; definitivamente era hora de criar uma imagem que melhor identificasse a cidade. É então que tal qual uma noiva orgulhosa o famoso triângulo central da cidade prepara-se para receber o futuro. Vamos a ele.

É no final do século XIX, por exemplo, que passou-se a priorizar edificações que dessem a São Paulo um perfil nitidamente urbano e moderno: os critérios para a construção de prédios foram padronizados, separaram-se com maior rigidez as áreas públicas das áreas privadas, a iluminação mudou do azeite para o querosene e para a iluminação elétrica a partir de 1891.

A cidade vivia um processo quase completo de embelezamento: praças, lojas, passeios e principalmente a construção acelerada de vários palacetes faziam parte do novo cotidiano. Os estilos variavam mas a representação era uma só. Afinal, estava para ser encenado o teatro dessa nova elite paulista, tão carente de símbolos de civilização.

"Faria comprar nas vestes de Paris, por agentes entendidos, secretárias, mesinhas de legitimo Boule. Teria couros lavrados de Cordoba, tapetes da Pérsia e dos Gobelins e fukasas do Japão. Julio Ribeiro, A carne (1887).

Nesse ambiente chamava a atenção o animado movimento de veículos. O tráfego era tal que em 1873 a municipalidade designou locais específicos para estacionamento: Pátio do Colégio; Largo de São Gonçalo; Largo São Francisco e Largo da Luz. Essa é a época dos novos bondes movidos a tração animal, que acompanhavam a evidente expansão territorial e alteravam a pintura local. Em 1887 existiam sete linhas com 25 quilômetros de trilhos, 319 animais e 43 carros, que transportavam 1,5 milhão de passageiros por ano. De fato, a exploração dos bondes elétricos só começou na década de 1890, sem que os velhos modelos tenham sido substituídos de pronto. A grande novidade do início do século atual eram, no entanto, os primeiros automóveis, que apesar de poucos e muito barulhentos causaram verdadeiros tumultos na cidade.

Nas lojas do Centro, já em finais do século, vendia-se de tudo: charutos importados, destilarias, tecidos ingleses, roupas com corte francês, especiarias do Oriente; enfim, através do consumo, a cidade fazia de si uma extensão ligeira do Velho Mundo, Mas não era só. Ávida por luxos europeus, essa nova elite alterava o panorama local com seus novos hábitos: trocavam-se violões por pianos ingleses, modinhas pela música francesa, o rapé da Bahia pelo charuto manilha ou havana, assim como quitutes caseiros por doces vindos da Europa.

Essa é, também, a época dos grandes bailes, das confeitarias requintadas e das agitadas casas de espetáculos corno o Teatro Provisório, o Ginásio Dramático, o Polytheama e, entre outros, o famoso São José. É em 1911 que terminam as construções do Teatro Municipal, considerado, a partir de então, o edifício mais importante de São Paulo e quiçá diziam - da América. Por aqui desfilaram famosos cantores e atores vindos da Europa, assim como a musa Sarah Bernhardt, que esteve três vezes em São Paulo. Dizia-se que os estudantes acompanharam a artista em delírio até o hotel, e, estendendo suas capas para que ela pisasse, gritavam: " Pisez sur nous, Madame!".

Por outro lado a instalação, nesse momento, da Pinacoteca (1911) e do Conservatório Dramático (1907) eram sinais de novas vogas artísticas e musicais.

Mas não é só. Acentuou-se aos poucos, neste local, uma tendência herdada de períodos anteriores: o declínio das manifestações religiosas da era colonial. Com certeza, o menor pendor da população estava ligado aos novos divertimentos que a cidade oferecia. Bem lá, no famoso triângulo paulista, pipocavam os clubes recreativos, as quermesses, os saraus musicais, a lanterna mágica e a photographia animada, o cricket e o futebol entre ingleses, o ciclismo, as apresentações circenses, as touradas no largo dos curros e as brigas de galo, os esportes náuticos, a prática da bicicleta e o footing elegante na XV de Novembro. Os hábitos mudavam e o modelo era uma Europa divertida e refinada.

Esse novo Centro ampliou os espaços sociais de convivência, até então praticamente restritos aos encontros familiares ou aos circuitos vizinhos às grandes fazendas. Com a vida urbana alteravam-se padrões e inaugurava-se uma nova arte: "o bem vestir". Adereços - dos xales aos leques para as mulheres, bengalas e chapéus para os homens -, cremes, cortes, penteados e sobretudo uma maior variedade nos tecidos darão o contorno das novas indumentárias. A partir de então, grupos distintos de tecidos tornam-se propriedade específica de cada um dos sexos. No caso das mulheres, generaliza-se o uso de linho e seda ou lã e seda nos vestidos de rua mais simples, reservando para os trajes de gala os brocados de ouro e prata, os tules ou a gaze cristalizada. Aos homens cabiam as fazendas mais ásperas, o linho e a lã, sobretudo nos espaços públicos. Sobreviviam, porém, na intimidade do lar, o camisolão de algodão e o velho chinelo castigado, uniforme essencial para essa sociedade pouco acostumada à novidade de uma vida social intensa.

O Centro da cidade viu crescer, também, novas bibliotecas e livrarias. Em 1885, as livrarias paulistanas eram as seguintes: a Casa Eclética, na Rua São Bento; a Empresa Literária Fluminense, na Rua Direita; a Paulista, na Rua São Bento e a famosa Casa Garraux, que a princípio se instalou na Rua da Imperatriz, para depois mudar-se para a XV de Novembro.

Os jornais, por outro lado, acompanharão as mudanças da cidade. De fato, a passagem do século assinala a transição da pequena para a grande imprensa. Os pequenos jornais, de estrutura simples, cedem lugar à imprensa jornalística e aos almanaques literários, dotados de equipamentos gráficos até então desconhecidos. Não é fato acidental que na principal rua do Centro de São Paulo, a XV de Novembro, onde estavam localizadas as sedes do London River Plate Bank, do Banco Alemão, do Club Internacional, do Jockey Club, da importante livraria Garroux, funcionavam as redações dos principais jornais paulistanos: o Correio Paulistano e a Província de S. Paulo (futuro O Estado de S. Paulo). Delineava-se a partir de então o fenômeno da grande imprensa - nos termos de Lima Barreto o quarto poder fora da Constituição -, que frente à falta de fatos nunca se furtou a criá-los.

São Paulo nos anos 1870 era uma cidade carente de atividades científicas e educacionais e, paradoxalmente, almejava ver-se representada como tal. O ambiente era, portanto, adequado para a criação acelerada de escolas e instituições de pesquisa. Essa é a época dos 'homens de sciencia" (que percorriam orgulhosos o Centro de São Paulo); do fortalecimento e aparelhamento da Faculdade de Direito; o momento da abertura do Museu Paulista (1885), do Observatório Astronômico (1894), do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894) e da estruturação de uma série de escolas privadas. Nos últimos anos do século passado foram fundadas nos arredores da região central a Escola Politécnica e a Mackenzie College, assim como a Escola Normal transferiu-se para um edifício de proporções maiores. Na década de 1880 foram estabelecidos o Externato São José, o Instituto Artístico, o Externato Araújo, entre vários outros. Nesse panorama, os pequenos alunos ganhavam as ruas e os estudantes universitários passavam a expor seus costumes boêmios. É a era das "repúblicas', das noitadas entre acadêmicos que, como observava um viajante da época, transformavam a cidade com seu monótono uniforme: óculos, monóculos ou o elegante pince-nez.

"Famílias modestas geralmente alugavam para rapazes solteiros os cômodos de suas casas cujas janelas davam para a rua a fim de gozarem a devida liberdade. Em descompensação ficavam eles a seco devido à falta de banhos." Pereira de Souza (1886 -1891)

Enfim, aí estava o novo Centro de São Paulo; um Centro de muitas faces. Era nesse local que se concentravam o luxo, a diversão e a representação de uma metrópole que, bem no meio dos trópicos, mais se imaginava como uma pequena Paris (circundada pela pobreza dos bairros operários). Lá no centro de tudo, vivia-se a ilusão de que o futuro estava mesmo perto. Talvez sejam os estudantes a melhor tradução desse novo local.

*Ensaio baseado em texto elaborado por ocasião da exposição "Virando vinte" (novembro de 1994, Secretaria da Cultura do Estado de SP).




Fonte pesquisada:
http://www.vivaocentro.org.br/bancodados/centrosp/historia.htm





segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Catedral da Sé


Em 1913 iniciou a construção da Catedral como é hoje, elaborada pelo alemão Maximilian Emil Hehl, professor de Arquitetura da Escola Politécnica. O templo foi inaugurado em 25 de janeiro de 1954, na comemoração do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, ainda sem as duas torres principais.

A primeira versão da igreja foi instalada ali em 1591, quando o cacique Tibiriçá escolheu o terreno onde seria o primeiro templo da cidade construído em taipa de pilão (parede feita de barro e palha socados estruturados em toras).

Em 1745, a "velha Sé", como era chamada, foi elevada à categoria de catedral. Por isso, neste mesmo ano inicia-se a edificação da segunda matriz da Sé no mesmo local da anterior. Ao lado dela, em meados do século XIII levanta-se a Igreja de São Pedro da Pedra. Em 1911, os dois templos foram demolidos para dar espaço ao alargamento da Praça da Sé e, finalmente, à versão atual da catedral.

O monumento também teve a sua importância na vida política recente do País. Em tempos de despotismo militar, D. Agnelo Rossi (1964-1970) assumiu o arcebispado, inaugurando a fase da teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres. Desde 1970 sobressaiu-se a figura do cardeal arcebispo D. Paulo Evaristo Arns, que dedicou todo o seu tempo e o seu esforço ao combate à ditadura militar, denunciando os crimes, as torturas e cedendo a Sé para as manifestações políticas e ecumênicas pelos desaparecidos políticos e pela anistia.

Um dos cinco maiores templos góticos do mundo, a catedral foi reaberta em 2002, após três anos de reformas, e voltou a ter missas diárias. Além disso, agora há visitas monitoradas aos domingos, das 12h às 13h.

É em frente à Catedral da Sé que fica o Marco Zero da cidade de São Paulo. O pequeno monumento de mármore em forma hexagonal, construído em 1934, traz um mapa das estradas que partem de São Paulo com destino a outros estados. Cada um dos seus lados representa simbolicamente outro estado brasileiro: o Paraná (araucária), Mato Grosso (vestimenta dos Bandeirantes), Santos (navio), Rio de Janeiro (Pão de Açúcar e suas bananeiras), Minas Gerais (materiais de mineração profunda) e Goiás (bateia, material de mineração de superfície).

Serviço:
Catedral da Sé
Praça da Sé, s/n - Centro - São Paulo (Metrô Sé)
Tel.: (11) 3107-6832
Horários: Durante a semana aberto das 8h às 19h
Missa: às 12h e às 18h
Sábado: Aberto das 8h às 17h
Missa: às 12h
Domingo: Aberto das 8h às 13h e das 15 às 18h
Missas: às 9h, 11h e 17h

fonte pesquisada:

http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/o-que-visitar/pontos-turisticos/8-catedral-da-se


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Visita ao Pátio do Colégio - O Pátio do Colégio hoje.











Pátio do Colégio é administrado pela Companhia de Jesus. Seu complexo abriga diversas atividades culturais e religiosas. Abriga um museu, a Igreja, uma biblioteca temática e projetos sociais.
Atividades religiosas
Missas: São celebradas missas diárias na Igreja, ao meio dia. Aos domingos, a missa é celebrada às 10:00 horas.
Bênção das Rosas: A Bênção das Rosas é uma solenidade que foi introduzida pelos jesuítas no Brasil na solenidade que criou a Congregação de Nossa Senhora do Rosário na Vila de Piratininga em 1583. As rosas foram trazidas para o Brasil pelo Padre Anchieta 1560 e 1570.
Retiros: A casa promove retiros na linha dos exercícios espirituais inacianos.
Casamentos: A igreja do Pátio do Colégio também realiza celebrações matrimoniais.
Cursos: Cursos de temática religiosa são oferecidos ao público.
Atividades culturais
Concertos: a casa mantém uma programação de concertos com orquestras e corais.
Vem pro Pateo no Domingo: Todo terceiro domingo do mês às 11 horas são oferecidas atividades culturais gratuitas. O público adulto pode apreciar concertos e apresentações de grupos folclóricos, já as crianças participam de uma série de oficinas de arte e história, teatro de fantoche, caça ao tesouro etc.

Museu: O museu possui um acervo de arte sacra e diferentes suportes da memória, como iconografia inédita, textos explicativos, mapas e maquete sobre a história do Pátio do Colégio e a cidade de São Paulo.
Biblioteca Padre Antônio Vieira: A biblioteca é especializada em história do Brasil e da Companhia de Jesus. Possui possui seis mil títulos catalogados e mais sete mil em catalogação.





Observação: Para efeitos turísticos, o Pátio do Colégio é denominado Pateo do Collegio, usando grafia arcaizante.

Visite o Patio do Colégio - Clique no link para maiores informações http://www.pateodocollegio.com.br/newsite/conteudo.asp?i=i1&pag_id=48
O Pátio do Colégio é o marco inicial no nascimento da cidade de São Paulo. O local, no alto de uma colina entre os rios Tamanduateí e Anhangabau, foi o escolhido para iniciar a catequização dos indígenas.
Em 25 de janeiro de 1554 foi realizada em suas dependências - uma cabana coberta de folhas de palmeira ou de sapê de cerca de 90 m², ou, como descrita por Anchieta, de 10 por 14 passos craveiros (passo craveiro era uma medida linear portuguesa) - a missa que oficializou o nascimento do colégio jesuíta. Em 1556 o padre Afonso Brás, precursor da arquitetura brasileira, foi o responsável pela ampliação da construção original, que recebeu oito cubículos para servir de residência aos jesuítas. Brigas entre os colonos e religiosos culminaram na expulsão dos jesuítas do local em 1640, para onde só retornariam treze anos mais tarde. Na segunda metade do século XVII é erigida a terceira edificação, de taipa de pilão.
O Pátio do Colégio foi sede do governo paulista entre os anos de
1765 e 1908, após a apropriação do local pelo Estado, servindo como Palácio dos Governadores, devido à expulsão dos jesuítas de terras portuguesas, determinada pelo Marquês de Pombal em 1759. O antigo casarão colonial foi completamente descaracterizado por profundas reformas durante todo esse período, sobretudo no último quartel do século XIX.
Há fragmentos de uma parede do antigo colégio dos jesuítas na edificação atual, que procura simular a original seiscentista, visto que em
1896 a igreja foi demolida e o Palácio dos Governadores foi derrubado por volta de 1954, sendo inaugurado o conjunto no formato atual em 1979. Abriga o Museu Anchieta.


Em 25 de janeiro de 1554 foi realizada em suas dependências - uma cabana coberta de folhas de palmeira ou de sapê de cerca de 90 m², ou, como descrita por Anchieta, de 10 por 14 passos craveiros (passo craveiro era uma medida linear portuguesa) - a missa que oficializou o nascimento do colégio jesuíta. Em 1556 o padre Afonso Brás, precursor da arquitetura brasileira, foi o responsável pela ampliação da construção original, que recebeu oito cubículos para servir de residência aos jesuítas. Brigas entre os colonos e religiosos culminaram na expulsão dos jesuítas do local em 1640, para onde só retornariam treze anos mais tarde. Na segunda metade do século XVII é erigida a terceira edificação, de taipa de pilão.
O Pátio do Colégio foi sede do governo paulista entre os anos de
1765 e 1908, após a apropriação do local pelo Estado, servindo como Palácio dos Governadores, devido à expulsão dos jesuítas de terras portuguesas, determinada pelo Marquês de Pombal em 1759. O antigo casarão colonial foi completamente descaracterizado por profundas reformas durante todo esse período, sobretudo no último quartel do século XIX.
Há fragmentos de uma parede do antigo colégio dos jesuítas na edificação atual, que procura simular a original seiscentista, visto que em
1896 a igreja foi demolida e o Palácio dos Governadores foi derrubado por volta de 1954, sendo inaugurado o conjunto no formato atual em 1979. Abriga o Museu Anchieta.